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terça-feira, 21 de junho de 2016

Música Cristã ou música gospel? Por Daniel Gummi A. De Souza (Músico e seminarista).


Dou graças ao meu Deus pelo privilégio que ele me concedeu de ser criado por uma mulher temente a Deus e uma amante incondicional da boa música. Fui criado na igreja Batista, onde todos já sabem, prima pela pregação da Palavra e pela música cristã de qualidade. Ou seja, eu fui criado ouvindo música de qualidade em minha casa e em minha igreja, e isso me levou a ser um homem muito exigente no que tange a música de qualidade, bem como a pregação de qualidade. Cresci cantando e tocando músicas cristãs que exigiam estudo para serem  executadas e e muito conhecimento Bíblico para serem escritas.
Durante um período de aproximadamente cinco anos, congreguei em uma igreja bem diferente daquela em que fui criado, e foi justamente nessa nova igreja, que fui apresentado a um novo tipo de música cristã: que não exige muito estudo para ser executada e nem muito conhecimento bíblico para ser escrita. Pouco estudo para ser executada porque sua harmonia geralmente é composta por aproximadamente quatro acordes; pouco conhecimento bíblico porque, em sua grande maioria, as músicas não falam das verdades bíblicas, tão pouco colocam Jesus como centro,mas sim, as vontades do ser humano pirracento e cada vez mais voltado para o seu próprio umbigo.
Lembro-me muito bem do dia em que retornei a minha antiga igreja: logo ao me sentar, fui surpreendido pelo som de um piano muito bem executado, acompanhando um dos vários hinos clássicos, comuns a igreja batista; meus ouvidos se alegraram, meu corpo se arrepiou e quando eu menos esperava, fui tomado por um choro quase compulsivo. Seria um choro pela dor do arrependimento de um dia ter saído dali? Seria o choro por lembrar das decepções que vivi na outra igreja? Com certeza, não! Era o choro da alegria e da saudade que sentia daquele hino e de tantos outros que cresci cantando e ouvindo e que por cinco longos anos fui privado de ouvi-los! Era o choro de alegria por me lembrar de momentos maravilhosos de minha vida! Era o choro da saudade que eu tinha e ainda tenho de ouvir a minha querida mãe (que hoje está nos braços  do Pai Celeste) cantando hino após hino, enquanto cumpria suas tarefas diária em nossa casa.

Por que falar sobre isso?

Essa foi a maneira que encontrei para mostrar o poder que a boa música exerce sobre nós, seres humanos!
E isso me leva também a me perguntar: o que será dessa nova geração? Me faço esse questionamento pelo fato de ver o quanto a música cristã tem sofrido nos últimos anos. Ela já é mais tão bem executada! Ela já não é mais tão bem trabalhada! Ela já não fala mais sobre as verdades bíblicas! Ela já não mais exalta o nome de Jesus!
Na verdade, quando me refiro a "música cristã", não estou me referindo a "Música Cristã" em si, mas sim, a "música gospel".
Desde os meados dos anos 80 e início dos anos 90, quando esse termo surgiu (gospel) podemos ver o crescimento da música cristã, que a cada dia se tornava mais profissional e trabalhada. Posso citar vários nomes de verdadeiros músicos adoradores que se comprometiam com o estudo da Palavra e o estudo da música, fazendo assim com a música cristã se tornasse cada dia mais, alvo da admiração, não apenas de cristãos evangélicos, mas de cristãos católicos (que regravaram várias dessa canções), bem como do público não "religioso".
Mas infelizmente, no final dos anos 90 e primeiros anos do novo milênio, até os dias atuais, nossos ouvidos, nossas rádios, nossos lares e infelizmente nossas igrejas, foram tomadas por músicas fraquíssimas, com letras sem pé, nem cabeça, que foram transformando aos poucos as mentes das pessoas que frequentavam as igrejas, tornando-as assim em pseudo-adoradores, seguidores apaixonados e extravagantes, dos ídolos "gospel" que desprezaram as músicas até então cantadas em nossas igrejas, que passaram então a serem vistas como "músicas de velhos", e introduziram aos poucos, verdadeiros mantras gospel, que serviam e ainda servem como parte importante da estratégia de "discipular" a nova geração de "verdadeiros adoradores" que cantavam, dançavam, pulavam, caíam, mas eram verdadeiros analfabetos bíblicos.
As músicas que outrora nos levavam a conhecer a Palavra, saíram de cena e deram lugar aos mantras que nos afastam da Bíblia e nos tornam meninos pidões, insatisfeitos e malcriados, que dão ordens em Deus e que querem, porque querem ver todos os seus desejos realizados por Deus, custe o que custar!
A boa notícia, em meio a todo esse caos, é que a verdadeira música cristã nunca deixou de existir! Muito pelo contrário, permanece viva e tão profunda quanto antes! Ela foi apenas ofuscada pelas músicas do movimento gospel e  comércio que existe por trás dele.
Se eu amo a música cristã? Sim, a amo, a admiro e a respeito profundamente, por ser um instrumento importantíssimo de divulgação do evangelho de Cristo e por nos levar a refletir nas Palavra de Deus!
Se eu não gosto da música gospel? Já gostei! Hoje a abomino, pois vejo o mal que tem feito as novas gerações!
Ainda existe opções de boa música no meio cristão! Basta ter um pouco de boa vontade para pesquisar e o mínimo de senso crítico para não sair por ai, cantando heresias, como se fossem verdades bíblicas!
(Daniel Gummi A. de Souza)

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